Como em todas as férias que se prezam, uma escapadinha à realidade urbana costuma fazer um bem enorme a nossa alma. Ilha Grande, lá onde o Rio de Janeiro faz a curva, é um ótimo lugar para isso.
Dia 1
A cidade fica para trás. Depois de boas duas horas e meia de ônibus, pegamos uma escuna rumo à ilha. A cor do mar deixa claro (bem claro!) o que nos espera. Estamos na ilha! Garantido o teto dos próximos dias, partimos para o arroz com feijão da Dona Neide e em seguida, para as águas azuis e mansas da praia do Abraãozinho. No caminho, as praias da Júlia e da Crena. Trilhinha tranquila, mas para quem está fora de forma como eu, já é um sinal de que depender das próprias pernas não é tarefa para qualquer um.
Dia 2
O sol reinou no segundo dia e seguimos rumo à tão falada Lagoa Azul. Para nossa surpresa, o passeio dava direito a uma animadora a bordo da escuna (: o). No microfone ela pediu animação, ensaiou colocar um funk, colocou, mas para nossa sorte, a bordo só havia gringos e eles não entenderam o que ela queria! Sem a tal animação, seguimos contemplando o lugar incrível à nossa volta. No roteiro Freguesia da Santana, Japariz e o melhor lugar do mundo para ficar boiando na água no final da tarde: o Saco do Céu.
Dia 3
Dia da verdade: 8km trilha para Lopes Mendes. Que o lugar é incrível e vale a caminhada, não resta dúvida. Mas Deus do céu, não imaginava que estava tãooooo fora de forma! A sorte foram as três praias no caminho (praia grande de Palmas, praia do Mangue e Pouso), onde a parada era obrigatória para recuperar as forças. A água estava absurda de linda em Lopes Mendes, verde clarinha e cheia de peixes que ficavam bicando nossos pés o tempo todo, fazendo cócegas. A volta, de barco, claro (depois de mais 2km até Pouso)! Nele, uma alemãzinha fofa resolveu tirar fotos nossas, o que foi bem divertido.
Dia 4
O tempo fechou, choveu a noite toda. Depois de Lopes Mendes e mesmo depois de uma noite de sono, já não éramos mais os mesmos. O quarto dia foi integralmente dedicado à recuperação de forças e o máximo que fizemos foi uma trilhinha suave para a cachoeira do Poção, num circuitinho que dava volta pela Praia Preta, por ruínas do Aqueduto e de uma parte do presídio. Uma jaca em queda livre quase acertou o J. em cheio, o que garantiu a emoção da trilha.
Dia 5
Já estávamos de passagem comprada para voltar, quando de manhã vimos pedacinhos azuis rompendo as nuvens no céu. Corremos, as trocamos para o dia seguinte e muito seguros de nós mesmos, encaramos os 8,5km de trilha para Dois Rios. O lugar é lindo de morrer! Os rios se juntam ao mar e formam umas piscinas naturais maravilhosas de ficar, ficar e ir ficando até que você se dê conta de que tem os 8,5km de volta! Lá não tem barco, bicicleta, jegue, nada que possa te trazer de volta. O jeito é respirar fundo e ir em frente. No caminho, o refresco na cachoeira da Piscina dos Soldados, garante energia para mais alguns passos. A sensação de vitória é incrível quando se avista a Vila do Abraão. Sabe aquela imagem do atletismo, onde o corredor já exausto desmaia ao cruzar a faixa de chegada? Me sentia assim, mas não havia ninguém me esperando, de forma que o jeito foi me arrastar ainda mais um pouco até a pousada. E cama!
O dia 5 foi decisivo para que o dia 6 fosse realmente o da volta, mas mesmo exausta de tanto caminhar, não hesitaria em fazer tudo de novo, principalmente se eu pudesse descançar todo final de tarde no Saco do Céu…
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Ahhhhhhhhhhhhhh!!! Que delícia de lugar, Paulinha! Saudades! Bjo pra tu e pra J.!